A afirmação é do deputado estadual Marcio Pacheco (PPL) durante o encerramento do 1º Congresso Estadual sobre Autismo que aconteceu nos dias 04, 05 e 06 de abril no auditório da Unipar (Universidade Paranaense), em Cascavel (PR). O evento organizado pelo deputado, em parceria com a AMAC (Associação de Mães de Autistas de Cascavel) e com a Unipar foi considerado um grande sucesso, tanto de público quanto de conteúdo das palestras e debates durante os três dias.
A ideia da construção do Centro recebeu o caloroso apoio de todas centenas de pessoas que participaram do evento e também das pessoas que acompanharam pelas redes sociais. Todos convivem com a realidade do autismo e sabem da importância da construção de um centro especializado para lidar com o problema.
“Estamos lançando uma semente que pode germinar no futuro com a construção do Centro de Referência”, afirma Pacheco. De acordo com ele, o sucesso do projeto vai depender da união do Poder Público e da sociedade. “Vamos dar continuidade à luta e esperamos vencer mais esse desafio”, diz o deputado.
A presidente da AMAC, Samantha Sitnik, também concorda com que a união de esforços é fundamental para a construção da unidade especializada para atendimento aos autistas.
“Toda a família sabe as dificuldades para garantir o diagnóstico de um filho autista. Também temos travado uma luta intensa para garantir o atendimento adequado as suas necessidades. Por isso, a construção de um Centro de Referência em Diagnóstico e Tratamento do Autismo será um grande avança para todos nós”, afirma Samantha, mãe de três filhos com a síndrome.
Ela, porém, reconhece que se trata de uma longa luta. “O Congresso Estadual foi apenas a largada porque sabemos que o caminho é longo, mas juntos podemos mais”. O Congresso inédito reuniu mais de 800 pessoas oriundas de 27 municípios do oeste e de outras regiões do Estado do Paraná.
O evento teve como público alvo pais, famílias de crianças autistas e profissionais das áreas de educação, saúde e assistência social. Uma das participações especiais foi a da ativista Berenice Piana, que trouxe uma mensagem de otimismo e esperança para que as mães de autistas nunca desistam de buscar e cobrar das autoridades o melhor tratamento para seus filhos.
Ela é a autora da Lei Federal 12.764, que institui a Política Nacional de Proteção aos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. Durante os três dias, vários profissionais se revezaram nos debates e bate-papo repassando informações desde a identificação do autismo até o tratamento disponibilizado pelo Poder Público e até nas clínicas particulares para as pessoas com a síndrome.
Eles também discutiram os direitos dos autistas, cuja a inclusão na rede escolar, por exemplo, requer atendimento especializado com uma equipe multidisciplinar, dentre eles professores, fonoaudiólogos, psicólogos e nutricionistas.
Pacheco protocolou cinco projetos de lei na Alep
A questão do autismo ou TEA (Transtorno de Espectro Autista) é um tema frequente de discussões na mídia, sobretudo sobre as ações de inclusão ou de combate ao preconceito. Pensando em reforçar e garantir os direitos previstos em lei, o deputado Marcio Pacheco (PPL) protocolou na Alep (Assembleia Legislativa do Paraná), em 2017, cinco projetos de lei que vão desde a realização de censo até a proteção e o atendimento às pessoas com autismo no Paraná.
Um dos projetos dispõe sobre a obrigatoriedade do Estado por meio da Secretaria Estadual de Saúde realizar o censo quadrienal das pessoas com autismo, uma vez que o número exata é desconhecido do Poder Público. O censo pretende identificar, mapear e cadastrar os perfis social, econômico, étnico e cultural das pessoas com autismo e de seus familiares. Com isso, melhorar as ações públicas voltadas para a saúde, educação, trabalho e lazer.
Em Cascavel, por exemplo, 190 autistas estão matriculados nas escolas públicas e privadas, mas esse número é considero aquém da realidade.