Pacheco faz críticas aos ataques feitos pelo governo do Estado ao ensino superior no Estado
A primeira audiência pública da Frente Parlamentar em Defesa das Universidades Estaduais do Paraná realizada nesta sexta-feira (1º) lotou o Teatro Municipal de Cascavel, que tem capacidade para 1.200 pessoas sentadas. Na reunião, os participantes discutiram a conjuntura e a importância das universidades, em especial a da Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná), para o desenvolvimento e o crescimento dos municípios paranaenses.
O deputado Marcio Pacheco (PPL), que integra a Frente Parlamentar, foi um dos anfitriões da audiência pública e compartilhou a condução dos trabalhos com o coordenador da Frente, o deputado Tercílio Turini (PPS). De acordo com Pacheco, o encontro de Cascavel foi uma demonstração de força da comunidade acadêmica em defesa da Unioeste.
“Eu sou filho da Unioeste e da escola pública. Por isso, eu sei da importância dessa mobilização. É uma luta em favor do ensino superior público, gratuito e de qualidade em nossas universidades estaduais. É uma luta que deve continuar porque há um ataque incisivo e mentiroso do governo contra o ensino superior no Estado”, destaca Pacheco.
O deputado fez questão de frisar que a dinâmica de seu mandato é defender os interesses da população. “Existe um claro movimento pelo desmanche das universidades públicas. Dentre as ações em curso estão o estrangulamento financeiro e as propostas que retiram os direitos conquistados por professores e servidores”, relata.
Para Pacheco, o governo Beto Richa ignora a importância do ensino universitário na formação profissional, bem como na forma de dinamizar e fortalecer a economia paranaense. A Unioeste, por exemplo, agrega os câmpus de Cascavel, Foz do Iguaçu, Toledo, Marechal Cândido Rondon, Francisco Beltrão.
Ao todo são quase 12 mil alunos matriculados em 65 cursos de graduação e pós-graduação. Em 2016, o HU (Hospital Universitário), vinculado a Unioeste, realizou 429 mil exames laboratoriais, 68 mil consultas, 5 mil cirurgias e 3 mil partos, todos os procedimentos feitos pelo SUS.
O deputado Tercílio Turini elogiou a mobilização da comunidade acadêmica da Unioeste. “É a maior audiência pública que já participei como deputado”, revela. Ele também se posicionou contra os ataques sofridos pelas instituições públicas.
“As universidades são patrimônio extraordinário e o governo que deveria defendê-las ataca com informações mentirosas, jogando a sociedade contra professores, servidores e alunos”, afirma Turini.
Ele convocou a sociedade paranaense para se engajar na lutar em defesa das universidades. “Ao invés de consolidar as universidades, o governo retira recursos para custeio e investimentos. Isso é um atraso. Queremos que a sociedade se sensibilize e se engaje em defesa das universidades, que são as que fazem pesquisas neste país”, diz Turini.
Já o presidente da Adunioeste (Associação de Docentes da Unioeste), Luiz Fernando Reis, diz que a audiência pública não é uma provocação ao Estado. “Nós queremos dizer ao governo que essa audiência não é uma declaração de guerra, mas uma manifestação em defesa da Unioeste. Queremos paz e tranquilidade para continuar trabalhando e transformar a universidade melhor a cada dia”, frisa Luiz Fernando.
A reunião de hoje (1º) dá prosseguimento à mobilização iniciada em julho na Assembleia Legislativa do Paraná para envolver a sociedade na discussão e busca de soluções para a crise no ensino superior público.
O segundo encontro será dia 18 de setembro em Ponta Grosa. De acordo com Turini, as audiências públicas são importantes para a obtenção de apoio e convencer o governo do Estado sobre a importância de fortalecer as universidades.
Além de Pacheco e Turini, participaram do evento os deputados Péricles de Mello (PT), Requião Filho (PMDB), Nelson Luersen (PDT), Ademir Bier (PMDB), Adelino Ribeiro (PSL), Evandro Araújo (PSC), Nereu Moura (PMDB) e Tadeu Veneri (PT), bem como vereadores, líderes estudantis e de entidades de Cascavel e região.
Encontro também debate Meta 4
Outro assunto debatido durante a audiência pública foi a inclusão das universidades no sistema RH Paraná META 4. De acordo com as universidades, a proposta do governo vem apoiada num argumento falacioso de que falta transparência nas instituições estaduais de ensino superior.
O referido sistema objetiva implantar práticas de controle que desrespeitam a autonomia administrativa, financeira e de gestão definida pelas constituições federal e estadual.
“O governo está vendendo uma imagem que falta transparência nas universidades, por isso é necessário centralizar a folha de pagamento. A meta 4 é retirar benefícios dos professores e servidores. O governo adota medidas que afrontam leis estaduais. Não temos medo da transparência. Já apresentamos na Assembleia Legislativa a nossa pauta e se tivermos eventuais erros vamos aperfeiçoar os atos administrativos”, afirma o presidente da Adunioeste, Luiz Fernando Reis.
Outro ponto rechaçado na reunião é o custo dos alunos nas universidades estaduais. “Diferente que o governo divulgou o custo de um estudante universitário é de aproximadamente R$ 2 mil, enquanto o custo de um preso no Estado é de R$ 3,6 mil. Portanto, é mais barato formar um aluno que punir”, explica Luiz Fernando.